English French German Spain Italian Dutch Russian Portuguese Japanese Arabic Chinese Simplified

Alex Garland e o Hotel Juvet

Postado por Arquitetura e Cinema Por Paulo Leônidas em sábado, fevereiro 16, 2019

 


O Filme “Ex Machina”  (Instinto Artificial)  venceu o Oscar 2016 de Melhor Efeitos Visuais e foi indicado na categoria Melhor Roteiro Original. A produção marca a estreia do roteirista Alex Garland, na direção de um longa-metragem.  O título original do filme vem da frase em latim: “Deus Ex Machina”, que significa “Deus da Máquina”, surgida nas tragédias gregas. Um filme de ficção científica que marca a estreia na realização do escritor e roteirista Alex Garland, de Extermínio e  Alerta Solar, tornado mundialmente famoso aos 26 anos com o romance "A Praia", adaptado ao cinema por Danny Boyle em 1996 e protagonizado por Leonardo Di Caprio.

Caleb (Domhnall Gleeson), um jovem programador de computadores, ganha um concurso na empresa onde trabalha para passar uma semana na casa de Nathan Bateman (Oscar Isaac), o brilhante e recluso presidente da companhia. Após sua chegada, Caleb percebe que foi o escolhido para participar de um teste com a última criação de Nathan: Ava (Alicia Vikander), uma robô com inteligência artificial. Mas essa criatura se apresenta sofisticada e sedutora de uma forma que ninguém poderia prever, complicando a situação ao ponto que Caleb não sabe mais em quem confiar.

Quando vi o filme me interessei para saber sobre o lugar em que o filme foi filmado. Confesso que gostei muito daquela arquitetura da casa retratada no filme,  pois  ela consegue se encaixar no ambiente naturalmente, com se fizesse parte daquela paisagem, e seus aspectos minimalistas se encaixam perfeitamente no personagem Nathan, que para se concentrar no desenvolvimento de seus projetos não pode ter distrações.

Praticamente o filme inteiro foi filmado nessa casa  mas qual a minha surpresa ao pesquisar descobrir que aquela “casa” no filme era um hotel!

Sim, um hotel. O Juvet Landscape Hotel, uma síntese da natureza bruta da Noruega, história cultural e arquitetura moderna. O primeiro hotel paisagístico da Europa está situado na fazenda da fazenda Burtigarden em Alstad, em Valldal, em um dique íngreme e natural entre pedregulhos de vidoeiro e antiquíssimos pinheiros e álamos. Nesta pequena aldeia na Noruega rural, a arquitetura moderna encontra a paisagem natural e cultural - e mostra que o moderno e o inovador podem andar de mãos dadas com as tradições locais de construção e o bom e antiquado trabalho artesanal.

O hotel consiste em nove quartos independentes que estão localizados separadamente, cada um com uma perspectiva única sobre a paisagem acidentada. Além disso, há a oportunidade de ficar nos edifícios antigos da fazenda - a casa do moinho, o celeiro e uma casa autenticamente restaurada - enquanto as refeições são servidas comunitariamente no antigo celeiro.

Os arquitetos Jensen & Skodvin imaginaram um hotel de paisagem que se misturaria com o ambiente natural. O resultado são sete pequenos "cubos" sobre palafitas, com paredes de vidro que oferecem a cada espaço uma visão impressionante do vale, do rio, do pátio ou do desfiladeiro abaixo.

Uma referencia que não posso deixar de fora é a com o quadro do pintor americano Jackson Pollock no filme. Para o personagem Nathan o quadro representa a inteligência/mente em seu mais perfeito estado, como no quadro de Pollock com suas pinceladas que não tem rumo nem direção, são tão naturais como o movimento do corpo, do mesmo modo a mente deve funcionar, ela não deve ser o resultado planejado, ela deve fluir como a pincelada de Pollock, e foi nessa obra que Nathan explica a criação da mente de Ava.

O diretor também teve um trabalho interessante com designers para filmarr as salas de uma forma que a câmera pudesse girar 360 graus sem fazer a menor diferença na cena. Um outro aspecto interessante foi a forma pura com que ele trabalhou as luzes nos cenários, tudo para causar um sentimento vívido no telespectador;

 Para os interessados em conhecer ou se hospedar no local:

http://www.juvet.com/the-juvet-hotel/the-hotel    









Tags: alex garland e o hotel juvet arquitetura e cinema por paulo leônidas 

Arquitetura e Cinema


Paulo Leônidas é arquiteto (Ufrgs)/ Warsaw University/ Architectural Association AA Especialista em Arquitetura Habitacional (Propar/Ufrgs) Mestrado Arquitetura (Propar/Ufrgs) Atuou até 1993 como professor na Escola de Arquitetura (Ufrgs). Pesquisador do tema “Cinema como Arqueologia da Arquitetura”. A partir de 1994 inicia na área do cinema, Diretor de arte, cenógrafo de grandes redes de televisão e Diretor de cena, roteirista de longas e curtas metragens, documentários e também séries para tv, atividade que desempenha até o momento. Em 2015 lança, em parceria com o historiador Carlos Pereira, o romance histórico: “1844: Romeu e Julieta”. Realiza diversas curadorias de exposições e publica diversas críticas, tais com artigos e ensaios, sobre a Arquitetura e o Cinema.

Categorias