Alex Garland e o Hotel Juvet
O Filme “Ex Machina” (Instinto Artificial) venceu o Oscar 2016 de Melhor Efeitos Visuais
e foi indicado na categoria Melhor Roteiro Original. A produção marca a estreia
do roteirista Alex Garland, na direção de um longa-metragem. O título original do filme vem da frase em
latim: “Deus Ex Machina”, que significa “Deus da Máquina”, surgida nas
tragédias gregas. Um filme de ficção científica que marca a estreia na
realização do escritor e roteirista Alex Garland, de Extermínio e Alerta Solar, tornado mundialmente famoso aos
26 anos com o romance "A Praia", adaptado ao cinema por Danny Boyle
em 1996 e protagonizado por Leonardo Di Caprio.
Caleb (Domhnall Gleeson), um jovem programador de
computadores, ganha um concurso na empresa onde trabalha para passar uma semana
na casa de Nathan Bateman (Oscar Isaac), o brilhante e recluso presidente da
companhia. Após sua chegada, Caleb percebe que foi o escolhido para participar
de um teste com a última criação de Nathan: Ava (Alicia Vikander), uma robô com
inteligência artificial. Mas essa criatura se apresenta sofisticada e sedutora
de uma forma que ninguém poderia prever, complicando a situação ao ponto que
Caleb não sabe mais em quem confiar.
Quando vi o filme me interessei para saber sobre o lugar em que o filme foi filmado. Confesso que gostei muito daquela arquitetura da casa retratada no filme, pois ela consegue se encaixar no ambiente naturalmente, com se fizesse parte daquela paisagem, e seus aspectos minimalistas se encaixam perfeitamente no personagem Nathan, que para se concentrar no desenvolvimento de seus projetos não pode ter distrações.
Praticamente o filme inteiro foi filmado nessa casa
mas qual a minha surpresa ao pesquisar
descobrir que aquela “casa” no filme era um hotel!
Sim, um hotel. O Juvet Landscape Hotel, uma síntese da natureza bruta da Noruega, história cultural e arquitetura moderna. O primeiro hotel paisagístico da Europa está situado na fazenda da fazenda Burtigarden em Alstad, em Valldal, em um dique íngreme e natural entre pedregulhos de vidoeiro e antiquíssimos pinheiros e álamos. Nesta pequena aldeia na Noruega rural, a arquitetura moderna encontra a paisagem natural e cultural - e mostra que o moderno e o inovador podem andar de mãos dadas com as tradições locais de construção e o bom e antiquado trabalho artesanal.
O hotel consiste em nove quartos independentes que estão localizados separadamente, cada um com uma perspectiva única sobre a paisagem acidentada. Além disso, há a oportunidade de ficar nos edifícios antigos da fazenda - a casa do moinho, o celeiro e uma casa autenticamente restaurada - enquanto as refeições são servidas comunitariamente no antigo celeiro.
Os arquitetos Jensen & Skodvin imaginaram um hotel de paisagem que se misturaria com o ambiente natural. O resultado são sete pequenos "cubos" sobre palafitas, com paredes de vidro que oferecem a cada espaço uma visão impressionante do vale, do rio, do pátio ou do desfiladeiro abaixo.
Uma referencia que não posso deixar de fora é a com
o quadro do pintor americano Jackson Pollock no filme. Para o personagem Nathan
o quadro representa a inteligência/mente em seu mais perfeito estado, como no
quadro de Pollock com suas pinceladas que não tem rumo nem direção, são tão
naturais como o movimento do corpo, do mesmo modo a mente deve funcionar, ela
não deve ser o resultado planejado, ela deve fluir como a pincelada de Pollock,
e foi nessa obra que Nathan explica a criação da mente de Ava.
O diretor também teve um trabalho interessante com designers para filmarr as salas de uma forma que a câmera pudesse girar 360 graus sem fazer a menor diferença na cena. Um outro aspecto interessante foi a forma pura com que ele trabalhou as luzes nos cenários, tudo para causar um sentimento vívido no telespectador;
Para os interessados em conhecer ou se hospedar no local:
http://www.juvet.com/the-juvet-hotel/the-hotel
Tags: alex garland e o hotel juvet arquitetura e cinema por paulo leônidas