Do sonho uma ponte
Postado por Coluna Nádia Lopes em segunda, janeiro 14, 2013

As ações do R.U.A. que via facebook e boca-a-boca conseguem mobilizar e emocionar tanta gente, me lembram uma citação do Gandhi: "Seja a mudança que você quer ver no mundo."
O que tem muito a ver com o que cantava Geraldo Vandré, em Pra não dizer que não falei de flores, que em seu estribilho em 1968, propunha:
“Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer.”
O grupo RUA = Rastro Urbano de Amor, é um coletivo que realiza ações com o objetivo de levar mais alegria a Porto Alegre. E ações como o “Aqui Bate um Coração” , “Serenata Iluminada na Redenção”, e “Do sonho uma ponte” nos faz deixar de esperar e fazer acontecer.

Nos faz encarar o medo, vestir cor, levar o coração pra passear, fazer musica e arte ao ar livre, iluminar os cantos escuros, denunciar os descasos, o grupo R.U.A. Nos propõem vem fazer... vem ser a mudança, vem fazer a diferença, vem e traz os teus sonhos, que juntos podemos fazer mais.

No sábado dia 24 de novembro, ao final do dia, embarquei em mais essa super idéia, que me encheu de entusiasmo, a intervenção na Ponte de Pedra,construída em 1825, situada no Largo dos Açorianos onde antigamente cruzava o Arroio Dilúvio, um lugar lindo, e foi tomada de alegria.
A idéia inicial surgiu quando Heloisa da Costa Medeiros e Bibiana Xausa, passaram pelo local e sentiram o quanto por ali tudo estava tão triste e abandonado, o encontro colaborativo surgiu dali logo se uniram Luchas, a poesia da Lu Slomka, a arte da Clarissa Motta Nunes, Dani Furlan, Raquel Carneiro, gente talentosa e sensível, o que garantiram junto de outros colaboradores apresentações de bandas, sarau, projeção de fotos e cinema ao ar livre.

Uma ocupação coletiva, leve e linda, onde o público também podia se apresentar e participar bastando levar suas luzes, suas cangas para piquenique e seu desejo de mais.
Eu estava lá, e o clima era mesmo esse...LEVEZA, essa sensação tão boa e rara, de se estar na rua, livre do medo, fazendo a vida virar poesia!
Por mais pontes e sonhos...,por mais banhos de lua, por mais gente feliz na rua!
Fernando Sabino com seu poema deu o tom:
“De tudo ficaram três coisas...
A certeza de que estamos começando...
A certeza de que é preciso continuar...
A certeza de que podemos ser interrompidos
antes de terminar...
Façamos da interrupção um caminho novo...
Da queda, um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro!”
Apesar de toda a realidade nos estimular a sermos ilhas, a sermos descrentes, a sermos impotentes, podemos ser mais, podemos ser PONTES.
Devemos!
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