Vinu Corsu
Vinu Corsu
Há exatamente dois anos atrás estive em férias na Córsega, uma linda ilha francesa que se localiza a oeste da Itália, ao norte da ilha Sardegna e a sudeste da França. Tive duas semanas de muito sol e muita praia, mas principalmente, ótimos vinhos e gastronomia. Meu roteiro pela Île de Beauté, como é conhecida, partia da cidade de Bastia, seguindo pela costa para literalmente contornar toda ilha, até o retorno para o meu ponto de partida. Além de conhecer diversos lugares e admirar suas paisagens belíssimas, também pude “descobrir” o vinho corso e suas especialidades gastronômicas.
A história vitícola da ilha pode ser atribuída ao estabelecimento em
vieram da antiga cidade de Phocaea (atualmente chamada Foça, na Turquia), para região onde hoje está localizada a cidade corsa de Aleria. O tempo passou, vieram os Romanos e em
No século XVIII, a ilha passou ao controle da França. Anos se passaram e após a Argélia tornar-se independente da França, muitos argelinos pieds noirs imigraram para lá, onde trabalharam no cultivo de vinhas. Entre 1960 e
nove regiões AOC sendo 2 denominações principais, AOC Patrimonio e AOC Ajaccio, 5 denominações locais denominadas AOC Corse Calvi, AOC Corse Sartène, AOC Corse Figari, AOC Corse Porto-Vecchio e AOC Corse Coteaux du Cap Corse, uma denominação regional denominada Vins de Corse e uma denominação para vinho doce natural (Vins Doux Naturels), a Muscat du Cap Corse. As três principais castas produzidas são Nielluccio, Sciacarello e Vermentinu. Também encontramos as variedades Barbarossa, Aleatico e Bianco Gentile.
Assim como os italianos tiveram muita influência nas tradições vitivinícolas e na origem das principais casta produzidas na ilha, eles também exerceram grande influencia na gastronomia corsa. Das montanhas, passando por vales e planícies até o mar, muitos ingredientes desempenham um papel importante na gastronomia corsa. O cignale (javali) é muito popular na ilha, bem como os frutos do mar e peixes de rio, como a truta. Suas delicatessen como figatellu, coppa, prizuttu (presunto) e lonzu são produzidos com carne de porco corsa (Porcu nustrale). Queijos como o Brocciu, Merzu Casgiu e Veghu Casgiu, são produzidos a partir do leite de cabra ou ovelha. As castanhas são o principal ingrediente na produção da pulenta. E não dá para esquecer o excelente mel de castanha. Até que lembra a Itália, não é mesmo? Bons vinhos, boa comida e uma ilha paradisíaca. Espero poder voltar à Córsega em muito breve para continuar conhecendo cada vez mais sobre seus vinhos e sua gastronomia. Então para encerrar, proponho dois ótimos vinhos rosé que degustei durante a minha breve passagem por lá. Santé e até a próxima viagem por esse mundo fantástico cheio de prosa e muitos vinhos!
Clos San Quilico Rosé AOC Patrimônio Produzido com as variedades Niellucciu e Grenache, este vinho possui suaves aromas de frutas vermelhas e apresenta uma boa acidez, que lhe confere frescor e alegria. Deve ser apreciado entre 8 e10°C e combina perfeitamente com frutos do mar, peixes e saladas. Domaine de Pratavone Tradition Rosé AOC Ajaccio Este vinho apresenta elegantes notas de rosa e banana. Na boca é fresco, aromático e bem equilibrado. Um vinho de estilo que combina muito bem com sopas de peixes e bouillabaisse picante (cozido de peixes sortidos, vegetais e ervas aromáticas). Servi-lo
entre 8 e
Por Sommelier José Pinheiro
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