Série “Rock do K7” grava com Os Replicantes em Porto Alegre nesta semana

Trecho da letra de ‘Tom & Jerry’ (do álbum “Histórias De Sexo e Violência”, de 1987), d’Os Replicantes, vaticina: “seja punk, mas não seja burro”. O verso hoje soa profético, já que sintetiza a sagacidade e a persistência da banda para seguir em atividade por mais de 40 anos – e sendo considerada uma referência no país para o estilo musical tornado movimento comportamental. Para compreender um pouco da história do quarteto porto-alegrense, a série “Rock do K7” vai dedicar um dos 10 episódios ao grupo batizado com inspiração nos robôs humanoides do filme “Blade Runner” (1982), de Ridley Scott. As gravações com integrantes d’Os Replis ocorrem entre quinta-feira (20) e sábado (22), em pontos da capital que se conectam com a trajetória do grupo.
De 6 a 9 de novembro, a equipe da Rock do K7 passou pela cidade para captar material com músicos do DeFalla e Taranatiriça. Esses registros integram a parte documental da série, que também contempla um arco ficcional que teve cenas rodadas em Porto Alegre no mês de setembro.
As locações para entrevistas e cenas de cobertura com os replicantes Carlos Gerbase (voz e bateria), Cláudio Heinz (guitarra) e Heron Heinz (baixo) incluem o estúdio RR44, a Prana Filmes, o Dud Studio e o Sub (café do Ocidente). Julia Barth, atual vocalista d’Os Replis, não participa dos papos porque não fazia parte da banda no período proposto pela produção audiovisual, mas integra o elenco como atriz (saiba mais no decorrer do texto).
“Cada banda que estamos retratando tem uma história muito rica. Gravamos com grupos que não existem mais, com conjuntos que estão se reencontrando e com outros que estão se juntando para celebrar datas. Mas filmar com uma galera que nunca parou, em 40 anos, é muito especial”, destaca o diretor Marcos Borba.
O financiamento da "Rock do K7" é de: Instituto Estadual de Cinema do Rio Grande do Sul, Pró-Cultura RS, Secretaria da Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura e Governo Federal - Brasil: União e Reconstrução. A realização é da TV OVO, tendo como produtora associada a FINISH.
A série
A “Rock do K7” tem 10 episódios, cada um dedicado a uma banda. Com enredo entre a nostalgia e o contexto atual, o projeto mostra conjuntos que, de alguma maneira, repercutiram entre o fim dos anos 1970 e a metade dos 1990 – período em que as fitas cassetes eram significativas, tanto pela facilidade de acesso para ouvintes quanto para artistas que buscavam divulgar suas composições.
Antes de rodar em Porto Alegre, foram realizadas entrevistas da parte documental com músicos de Santa Maria (cidade sede da TV OVO, coletivo audiovisual proponente da iniciativa), Caxias do Sul e Pelotas. Os bate-papos e cenas de cobertura já captados tiveram como protagonistas integrantes dos conjuntos santa-marienses A Bruxa, Doce Veneno, Fuga, Nocet e Serpent Rise, bem como da banda caxiense Bandida e do grupo pelotense Procurado Vulgo (vencedor da primeira edição do Circuito de Rock, concurso musical promovido pelo grupo RBS).
A escolha dos artistas deu-se por critérios como recorte temporal, uso das cassetes e relevância histórica.
Som atemporal
Enquanto a parte documental da série traz depoimentos de cantores e instrumentistas falando sobre o passado e atualizando o que estão fazendo hoje em dia, a ficção é centrada na vida de Fran (vivida por Karina Fontes, atriz e aluna de jornalismo). A estudante de 17 anos “herda” da tia Carina (interpretada por Julia Barth, atriz e musicista – vocalista d’Os Replicantes) a coleção de cassetes e toma gosto pelo material, dedicando-se à pesquisa de artistas ali gravados e a entender o contexto espaço/tempo daqueles registros. Paralelamente, aparecem os conflitos geracionais e os dramas pessoais dos personagens.
“Na série exploramos uma linguagem híbrida entre documentário e ficção para amarrar as histórias das bandas, trazer alguns contextos e atualizar certas questões. E há momentos em que esse hibridismo é tão grande que o documental se torna ficção e vice-versa. Para entender, fica, desde já, o convite para acompanhar nossa série assim que ela for lançada”, instiga a diretora Neli Mombelli, premiada recentemente pelo documentário “Quando a Gente Menina Cresce” no 53º Festival de Cinema de Gramado (foram dois kikitos: Melhor Longa-Metragem Gaúcho e Melhor Filme pelo Júri Popular, além da menção honrosa para o elenco feminino).
O elenco inclui também Luiz, o pai da jovem Fran (que ganha vida por Rafa Sieg, ator formado pela Universidade Federal de Santa Maria [UFSM], conhecido por trabalhos na Rede Globo), e a mãe Laura (atuação de Denise Copetti, atriz, produtora cultural e diretora).
O lançamento da primeira temporada do “Rock do K7” está previsto para ocorrer em 2026.
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Crédito das fotos: João Pedro Ribas/TV OVO.
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