Investimento em São Paulo vai impulsionar turismo de eventos no país
Ministério do Turismo endossa candidatura da capital paulista como sede da Exposição Universal de 2020 e reserva R$ 680 milhões para a cidade
Brasília (DF) - Destino-líder do Brasil, com 5,5 % de todos os desembarques domésticos realizados no país, São Paulo quer ser também o principal polo de eventos de grande porte da América Latina. O ministro do Turismo, Gastão Vieira, reafirma o interesse do governo federal em elevar a capital paulista a este patamar endossando sua candidatura como sede da Exposição Universal de 2020, ou Expo 2020, maior evento de políticas urbanas, sociais e econômicas do mundo.
Para isso, o governo federal reservou para São Paulo um investimento de R$ 680 milhões para estruturação do turismo de eventos, com foco na candidatura da Expo 2020. Segundo o ministro, a cidade já vem dando sinais de estrangulamento da absorção de novas agendas do setor. “São Paulo é o principal roteiro de negócios do país. Queremos dar condições para um crescimento sustentável desse importante seguimento de turismo”, disse Gastão Vieira. Entre os projetos que estão em discussão, há melhorias no centro de exposições do Anhembi e acesso viário para essa região.
“Sua escolha permitirá não apenas a consolidação da liderança de São Paulo nesse setor, como também um salto no turismo de eventos no Brasil”, reitera o ministro, que espera levar o Brasil, em esforço conjunto com a Embratur, do 7º ao 5º país que mais recebe encontros e convenções internacionais, pelo ranking da Associação Internacional de Congressos e Convenções (ICCA, na sigla em inglês).
Para isso, a seleção de São Paulo para abrigar a Expo 2020 é estratégica para a União. “As exposições universais criam um legado inestimável não apenas para a qualidade de vida nas cidades-sede, mas também para um setor cada vez mais importante da economia mundial – o turismo”, reconheceu Gastão Vieira.
A Expo 2020 funcionará durante seis meses — 15 de maio a 15 de novembro — e espera levar cerca de 30 milhões de visitantes à cidade de São Paulo durante este período. A eleição da próxima sede da Expo 2020 acontecerá em novembro, em Paris. A capital paulista disputa a preferência do Bureau International des Expositions (BIE) com quatro cidades: Dubai (Emirados Árabes Unidos), Esmirna (Turquia), Ayuthaya (Tailândia) e Iekaterinburgo (Rússia).
HISTÓRICO – As exposições universais surgiram no século 19 e tinham como objetivo o lançamento de novos produtos, invenções e novidades nas áreas da ciência, arquitetura e tecnologia em geral. Eram grandes eventos numa época em que o desenvolvimento humano começava a ficar intimamente ligado às inovações tecnológicas. O telefone, o telégrafo e o elevador foram lançados em exposições universais. O maior símbolo da França, a Torre Eiffel, por exemplo, foi construída especialmente para a Exposição Universal de 1889.
A última edição do evento aconteceu em 2010, em Xangai e contou com a participação de 190 países e 50 organizações internacionais. A exposição chinesa foi a maior já realizada e recebeu 73 milhões de pessoas. próxima Exposição Universal será em Milão, na Itália, em 2015.
O Bureau Internacional de Exposições é organização intergovernamental instituída em 1928 para supervisionar exposições internacionais e administrar as Exposições Universais. O BIE conta com 161 Estados-membros com direito a voto nas eleições. O Brasil tem participado de todas as edições de Exposição Universal, desde 1851.
SAIBA MAIS
- Em nove anos, os eventos internacionais no Brasil cresceram 390% e o número de cidades brasileiras que captaram programações deste porte subiu de 48, em 2010, para 57, em 2011. São Paulo (SP) foi o estado que teve mais cidades incluídas no relatório da Desses, 14 são municípios paulistas, segundo o relatório da ICCA, que divulga anualmente um ranking sobre o segmento.
- O estudo apontou ainda que, em 2011, o Brasil alcançou o melhor resultado na captação de congressos e eventos desde 2003, quando foi criado o Ministério do Turismo. Nesse ano, o país sediou 62 eventos. O número subiu para 304 em 2011.
- O ranking mundial da ICCA é liderado pelos Estados Unidos, que recebeu 759 eventos internacionais, seguido da Alemanha, Espanha, Reino Unido, França e Itália. Depois do Brasil, que está na sétima posição, aparecem, nesta ordem, China, Holanda e Áustria.
- A cidade de São Paulo, que abrigou 60 eventos no ano passado, é a segunda no ranking das cidades brasileiras, depois do Rio de Janeiro (RJ). Campinas, Araraquara, Ribeirão Preto e Atibaia aparecem entre os municípios paulistas, além da capital, que realizaram mais de uma convenção ou congresso. Os demais sediaram apenas um evento.
- Rio Grande do Sul, com oito municípios, figura como o segundo estado que mais incluiu cidades no ranking de captação de eventos internacionais, de acordo com os critérios da ICCA. Depois aparecem a Bahia, com 6; Minas Gerais, com 5; Paraná, com 4; e Rio de Janeiro, com 3. O número de cidades brasileiras incluídas no relatório da ICCA subiu de 48, em 2010, para 57, no ano passado.
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