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POR UMA PORTO ALEGRE E VERDE

Postado por Porto Alegre Por José Fortunati em quarta, outubro 15, 2025


Uma das coisas que mais me chamou a atenção ao desembarcar da cidade de Flores da Cunha, RS, e chegar na CEU UFRGS – Casa do Estudante Universitário - nas proximidades do Parque Farroupilha/Redenção, NO ANO DE 1974, foi a abundância de áreas verdes da “capital de todos os gaúchos”. 

Com o passar do tempo aprendi a admirar a integração existente entre a natureza e a cidade, defendida por muitos como um patrimônio ambiental de Porto Alegre. 

Porto Alegre é reconhecida internacionalmente por sua exuberante vegetação urbana e pela ampla oferta de espaços públicos dedicados ao lazer, à convivência e à preservação ambiental. Dados do Ministério do Meio Ambiente demonstram que temos uma das maiores taxas de arborização entre as capitais brasileiras, abrigando 11 parques urbanos que oferecem uma infraestrutura para atividades físicas, culturais e educativas, além de serem refúgios naturais em meio à intensa vida urbana. 

Contamos com mais de 700 praças públicas distribuídas pelos bairros, proporcionando à população um espaço democrático de convivência. São espaços que variam de tamanho e estrutura, mas todas compartilham do objetivo de promover o lazer, a convivência comunitária e o contato com a natureza. 

Esta multiplicidade de espaços exige um olhar diferenciado de todos para que a sua conservação permita a sua ampla utilização. Por entender que a estrutura da Secretaria Municipal de Meio Ambiente não comportava isoladamente tal tarefa criamos, em meu mandato de Prefeito, a figura do “Prefeito da Praça”, cujo objetivo maior era integrar a responsabilidade da manutenção e preservação da praça entre o Poder Público e o cidadão. Esta iniciativa obteve um enorme respaldo junto às comunidades e moradores do entorno das áreas verdes, iniciativa mantida e aperfeiçoada pela atual gestão. 

Em tempos de questionamento das condições climáticas que nos preocupam cada vez mais, é importante destacar a grande contribuição dos parques e praças da nossa cidade: desempenham um papel fundamental de regulação climática e redução das ilhas de calor, além de serem espaços de absorção das águas das chuvas, ajudando a prevenir enchentes. Pode-se destacar ainda a contribuição para a melhoria do ar e redução da poluição ambiental, bem como a promoção da saúde física e mental da população, algo que ganhou maior importância a partir da pandemia da Covid em 2020. 

Quando afirmamos que Porto Alegre tem uma boa urbanização urbana, se destacando entre as líderes nacionais, é importante observar que, segundo o IBGE, a cidade possui um índice de 82,9% de arborização nas vias públicas, sendo a quarta capital mais arborizada do Brasil. Segundo dados oficiais, estima-se que existam cerca de 1,3 milhão de árvores espalhadas pelas ruas, parques e praças da cidade, cobrindo aproximadamente 74,8% do território urbano. 

Durante a minha gestão (2009 a 2016), Porto Alegre passou por diversas ações de qualificação urbana, incluindo a revitalização e entrega de praças e parques, de acordo com o Plano Diretor de Arborização Urbana, revisado em 2007 e 2009.’ 

Infelizmente tenho reparado uma falta de política ambiental nas podas de árvores que estão ocorrendo na cidade, sendo que uma boa parte delas está causando danos irreparáveis, o que vem causando, em várias delas, a extinção do vegetal. 

Não sou contrário a que o serviço de poda de árvores seja efetuado na cidade dando segurança à população evitando quedas de galhos em vias públicas, reduzindo o risco de interferência com as redes elétrica e de comunicação, removendo galhos doentes e estimulando o crescimento saudável e equilibrado da copa. 

Mas, uma poda malfeita, pode ocasionar inúmeros prejuízos tais como causar danos irreparáveis à estrutura das árvores, reduzindo a sua vida útil, aumentando a entrada de fungos, bactérias e pragas em geral, o que termina afetando de forma considerável o equilíbrio ecológico, em tempos de crise climática. 

Por isso, não podemos deixar de exigir que um pequeno manual seja colocado em prática com a capacitação adequada dos profissionais, devidamente autorizados pela prefeitura, o uso de técnicas adequadas conforme a espécie e o objetivo da poda, que deverá ter um planejamento periódico, evitando as podas emergências traumáticas, onde o respeito à legislação ambiental e ao patrimônio arbóreo da cidade seja levado em consideração. 

Quando penso em Porto Alegre tenho a convicção de que estou pensando numa cidade que é exemplo inspirador de como a natureza pode coexistir harmoniosamente com o ambiente urbano. Os nossos parques e praças, juntamente com as milhares de árvores das vias urbanas, não são apenas espaços de lazer, esporte e cultura, mas são verdadeiros patrimônios ambientais e sociais. 

A minha experiência como gestor da cidade demonstra que investir em áreas verdes é investir de forma segura em saúde física e mental, bem-estar, cidadania e sustentabilidade. 

*Prefeito de Porto Alegre (2010/2012 e 2013/2016).


Tags: por uma porto alegre e verde josé fortunati porto alegre 

Porto Alegre


Coluna Porto Alegre. Opinião sobre a cidade de Porto Alegre. Coluna do ex-Prefeito de Porto Alegre abordando assuntos da cidade, José Alberto Reus Fortunati é advogado. Foi vereador em Porto Alegre, deputado estadual no Rio Grande do Sul, deputado federal, vice-prefeito e prefeito de Porto Alegre, ocupando este cargo entre 2010 e 2016.

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