Planejamento – algumas considerações.
Tratar do assunto planejamento é um desafio constante para todo aquele que pretende ser um bom gestor.
Seguidamente vem a baila criticas, de todo jaez, a respeito de fracassos que foram motivados por falta, ou falha, de planejamento.
No momento há certa indignação, do povo gaúcho, no tocante a perda de indicação da cidade de Porto Alegre para ser uma das sedes da Copa das Confederações, evento esportivo que será realizado em 2013, como prévia da Copa do Mundo 2014.
O jornalista David Coimbra em sua coluna de Zero Hora do último dia 25 de outubro, afirmou que: “no caso da Copa das Confederações o Estado pecou pela falta de coordenação, falta de antecipação. Falta de planejamento. Planejamento, essa é a palavra. Tudo o que se faz de bom, faz-se com planejamento.”
Sem entrar no mérito da conclusão do renomado jornalista, vale lembrar Russell L. Ackoff na obra A Concept of Corporate Planning quando afirma: “Planejamento é uma das atividades intelectuais mais complexas e difíceis nas quais um homem pode se envolver”.
Não obstante a lição do mestre, estadunidense, nota-se que não só os dirigentes bem sucedidos, como também outros autores que tratam do assunto acentuam a importância desse mecanismo para a consecução de objetivos.
É importante salientar que o planejamento, quando observado à luz do processo de raciocínio, pode ser identificado como o próprio mecanismo
psíquico do indivíduo. Assim as fases do raciocínio, identificadas como questão, hipótese e verificação, guardam pertinência com o conhecimento da realidade, decisão, ação e critica conceitos presentes nas fases do planejamento.
Planejar nada mais é do que buscar um futuro desejado através de meios eficazes. Numa visão micro, o indivíduo quando planeja procura se libertar da rotina instintiva e determinista própria dos seres irracionais visando, assim, alcançar uma posição superior aos acontecimentos. Busca o comando das ações.
É necessário observar que o planejamento precisa ser moldado de acordo com as características típicas da organização, bem como da situação na qual ele é desenvolvido.
Ackoff salienta que não fazer um bom planejamento não é um pecado, mas contentar-se em fazê-lo pior do que seria possível, é imperdoável.
Hernan E. Contreras Alday com propriedade afirma: “Planejar é a palavra apropriada para se projetar um conjunto de ações para atingir um resultado claramente definido, quando se tem plena certeza da situação em que as ações acontecerão e controle quase absoluto dos fatores que asseguram o sucesso no alcance dos resultados”.
De acordo com Ackoff o planejamento deve ter as seguintes partes:
1. Fins. Especificação de objetivos e metas;
2. Meios. Escolha de políticas, programas, procedimentos e práticas através dos quais se tentará atingir os objetivos;
3. Recursos. Determinação dos tipos e quantidades de recursos necessários, como eles devem ser gerados ou obtidos e como devem ser alocados às atividades;
4. Implantação. Determinação de procedimentos para antecipar ou detectar erros no plano ou falhas na sua execução e para prevenir ou corrigir continuamente estes erros e estas falhas.
Portanto, pertinente e sábio o jornalista David Coimbra ao afirmar: “Tudo o que se faz de bom, faz-se com planejamento.”
Consultas:
Ackoff, Russel L. A Concept of Corporate Planning
Pereira, Eliud G. Administração Policial e Planejamento Operacional
Alday, Hernan E. Contreras O Planejamento Estratégico dentro do Conceito de Administração Estratégica
Coimbra, David. Jornal Zero Hora - 25.10.2011 – pág. 42
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